O Administrador de Sistemas em análise. Quais serão as áreas de especialização com maior procura para este grupo durante 2020?
De acordo com informação publicada na secção de empregabilidade da Fundación Telefónica, depois de Developer de Software, o segundo perfil digital mais requisitado é Administrador de Sistemas, com bastante diferença entre as duas funções. Essa diferença explica, entre outras coisas, porque é que um SysAdmin cobra em média 25% menos que um Developer e ajuda a entender um pouco mais sobre o ecossistema de TIC e a tendência do mercado.
A parte positiva é que a análise da Fundación Telefónica não fica por aí, e detalha as competências mais exigidas no mercado para diferentes perfis digitais durante os últimos meses de 2019. Para isso, foram analisados diferentes portais de emprego durante os últimos 3 meses e com base nas ofertas publicadas, e foi extraído um Top 10 das habilidades mais solicitadas para cada profissão digital. E, com toda essa informação…
Quais são as skills que o mercado está a pedir aos SysAdmins em 2020?
Aprofundando um pouco mais nos resultados da análise, podemos ver 3 tendências claras que estão a condicionar as contratações atuais, mas também nos permitem intuir qual será o futuro do SysAdmin (e as suas habilidades) e do setor de TI em geral (pelo menos durante 2020):
- Sistema Operativo Linux/Unix: O Linux chegou há muito tempo e veio para ficar. De acordo com o IDC InfoBrief, o Linux é o único sistema operativo que está a crescer globalmente. Atualmente, a maioria das principais plataformas de cloud, incluindo AWS, são baseadas em Linux. Microsoft, Intel e outros grandes players do mercado estão a lançar cada vez mais produtos relacionados com este Sistema Operativo. Exemplos claros são a plataforma Linux de código aberto no Azure Sphere (Microsoft) ou o Clear Linux Project (Intel). Tudo isso, entre outras coisas, está a fazer com que as empresas se sintam cada vez mais confortáveis na implementação de soluções baseadas em Linux e, como consequência, estão a procurar cada vez mais perfis especializados, como pode ser visto no estudo realizado pela Fundación Telefónica .
- Automatização/Scripting: Realizar tarefas tediosas repetidamente não é apenas uma perda de tempo, mas muitas vezes leva a erros e falta de produtividade. As empresas sabem disso e é por isso que exigem cada vez mais administradores de sistemas com conhecimento de diferentes linguagens de script ou ferramentas como Ansible, Puppet ou Chef. Parece que o mercado precisa de um SysAdmin livre e focado em trabalhos mais significativos, especializado em áreas relevantes para o negócio e com atenção ao detalhe. A procura de SysAdmins com conhecimentos de Ansible, Jenkins ou linguagens de script só parece reforçar essa tendência.
- Cloud Computing/Virtualização: Com base nos dados divulgados pelo IDC InfoBrief, as empresas procuram a cloud para reduzir os custos associados à compra de hardware, reduzir o tempo gasto em manutenção e otimizar os seus processos operacionais com as aplicações mais recentes (geralmente aplicações nativas da nuvem). Aparentemente, até 2022, 60% dos gastos com infraestrutura serão em cloud pública e privada, e acima dos 46% em 2017. Esta tendência global e as análises publicadas são consistentes. Ambos destacam a necessidade que o mercado tem de perfis relacionados com Cloud Computing (AWS, Docker,…) e a lógica parece indicar que os SysAdmins devem valorizar esta área do conhecimento como um investimento de longo prazo.
Em suma, de acordo com as diferentes análises, o mercado de TI exige cada vez mais conhecimentos de Linux, Automação e Cloud Computing, entre outras coisas. Não ter formação e conhecimentos nestas áreas sendo Administrador de Sistema parece, no mínimo, insensato.
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“An investment in knowledge pays the best interest”
Benjamin Franklin