Porque é que o Disaster Recovery é tão complexo?

Partilhar

Junte-se a nós neste artigo em que vamos falar sobre uma daquelas “dores” que todas as PME enfrentam: os motivos pelos quais a gestão e implementação de uma Recuperação de Desastres, ou Disaster Recovery, é tão complexa.

Quando falamos em DR ou Disaster Recovery (em linha com a ISO 22301), que é o termo usado para a recuperação de desastres, a maioria das empresas (principalmente as que têm um orçamento anual pequeno, como as PME) começam a tremer, quer seja porque não têm nenhum tipo de plano ou porque o que têm é realmente fraco e talvez nunca o tenham experimentado.

Ao longo deste artigo apresentaremos uma série de ideias sobre os motivos para a falsa perceção de que implementar um plano de gestão de recuperação de desastres é tão complexo, para não dizer doloroso.

 

Porque é que o Disaster Recovery é tão complexo?

 

A perceção das PME sobre a Recuperação de Desastres:

Ao investigar a perceção que as pequenas e médias empresas têm sobre DR ou recuperação de desastres, encontramos muitas informações pouco positivas. Na verdade, como já pudemos ver no artigo “Disaster Recovery: o que é e porque é que precisamos dele?“, há muita resistência por parte das PME, tanto ao nível da direção como dos técnicos.

A seguir, vamos ver os cinco pontos-chave que são percebidos como “dores” para as PME na implementação de qualquer medida relacionada com o DR.

Como dissemos, há muitas razões pelas quais as pequenas empresas têm relutância ou até medo de implementar um plano de recuperação de desastres. Unificamos as cinco mais representativas, apresentando-as de forma simples para poder rebatê-las.

  • A implementação é muito cara: Muitas empresas têm a falsa sensação de que os custos iniciais são extremamente elevados e que, além disso, existe um custo de manutenção e operação muito elevado. Nesta avaliação, dizem que o hardware e software necessários são muito caros, que os técnicos especializados também, e que estes processos não podem ser realizado sem consultores especializados. 
  • São sistemas incrivelmente complexos: a falta de conhecimento de muitos utilizadores e empresários dá a falsa impressão de que os sistemas de recuperação de desastres são terrivelmente complexos. Isto leva ao medo de cometer erros na implementação destes sistemas, por receio de elevadas perdas de recursos e capital.
  • Falta de recursos internos: As pequenas e médias empresas tendem a ter pouco pessoal (por vezes menos pessoal do que deveriam) porque não têm capital suficiente. Além disso, geralmente pensa-se que o pessoal da casa não possui o conhecimento ou a experiência necessários. Assim, as empresas não se sentem capazes de desenhar, implementar ou manter sistemas de DR.
  • Falta de tempo: Se a empresa não possui o pessoal necessário e tem de operar com menos pessoal do que seria necessário devido à falta de recursos explicada no ponto anterior, nem é preciso falar da falta de tempo, certo? Se nas PME não há tempo suficiente para as coisas do dia a dia, como é que vão perder tempo com algo que pode nem acontecer?
  • É preciso distinguir o urgente do importante: As empresas são devoradas por um turbilhão de processos, intervenções e atualizações contínuas, em que a velocidade de mudança e das operações é tal que é impossível parar e “perder tempo” a realizar uma implementação de um DR. Realizar as atividades urgentes da empresa é a prioridade, portanto não se contempla a opção de “parar” para fazer algo sem impacto imediato.

Em todos estes pontos há um denominador comum que pode ser detetado: “porque é que vou fazer isso se não vai acontecer nada?” Sim, é a mesma sensação que muitos dos leitores podem ter experimentado em algum momento da infância ou adolescência, aquela sensação de que podemos fazer qualquer coisa, correr riscos e entrar em qualquer loucura porque nada pode acontecer connosco. É parecido com o que pensam muitas PME, talvez porque pensem que são pequenos alvos que não vão ser atacados… Mas esta perceção custa centenas de milhões de euros às empresas, anualmente.

 

Agora já sabemos quais são as “dores”. Como as tratamos?

Todas estas perceções que as PME têm devem ser abordadas da mesma forma que outros problemas relacionados com a segurança: com a formação e sensibilização dos membros da empresa, especialmente daqueles que ocupam cargos diretivos.

A primeira coisa que devemos saber claramente é que um plano de recuperação de desastres é essencial em todas as empresas para garantir a sua sobrevivência e a continuidade do negócio em caso de qualquer tipo de catástrofe que limite o correto funcionamento da empresa, principalmente nas linhas fundamentais do negócio.

Dito isto, vamos falar sobre as diferentes dores explicadas acima enquanto propomos uma possível solução ou argumento para ajudar a compreender que o DR não é tão infernal como parece.

  • A implementação é muito cara: Será que é assim tão caro implementar a Recuperação de Desastres numa PME? Bem, como sempre, a resposta apropriada é: “depende”. Se o que queremos é replicar 100% de todos os serviços e de todos os sistemas, fluxos de trabalho, etc., então pode ser caro; mas se o que queremos é manter o serviço num nível aceitável enquanto recuperamos o funcionamento normal dos serviços habituais, então já não é tão caro. A recomendação geral é que os processos de trabalho, sistemas e serviços sejam avaliados em busca daqueles que são mais importantes para a empresa e que mais impactam no bom funcionamento da mesma. A partir daí, devemos desenhar planos de contingência para permitir que os fluxos de trabalho sejam desviados para um ambiente de trabalho adicional que substitua a produção para garantir a sua sobrevivência.
  • São sistemas incrivelmente complexos: Os sistemas de recuperação são tão complexos como os originais, por isso se a equipa conseguiu criar o sistema de produção original, deverá ser capaz de criar o serviço de substituição. Por outro lado, a forma como é acionada a evacuação de recursos para o plano de contingência pode variar: pode ser algo tão complexo como um sistema automatizado baseado em scripts ou sistemas de orquestração, mas também pode ser um simples técnico que processa os serviços manualmente. Isto é algo que vai depender das nossas capacidades técnicas e financeiras.
  • Falta de recursos internos: Como mencionado no ponto anterior, os técnicos que habitualmente operam os nossos sistemas deverão ser capazes de criar e operar os sistemas de backup que serão ativados durante o DR, pelo que já devemos assumir que os recursos internos estão presentes na empresa. Apesar disso, recomendaremos sempre a formação contínua dos técnicos para mantê-los atualizados com as últimas tecnologias e motivados no trabalho. Afinal, ninguém gosta de se sentir como um dinossauro a caminho de se tornar um fóssil.
  • Falta de tempo: Este é um problema muito importante e está ligado ao próximo ponto. Andamos sempre a correr e devemos ter tempo reservado para tarefas de atualização e melhoria, caso contrário o susto um dia vai chegar e pode ser um susto do qual a empresa não conseguirá recuperar. É necessário contar com o apoio da direção do departamento de TI e da direção da empresa para que parte do tempo seja dedicado à implementação e manutenção de sistemas de recuperação de desastres.
  • É preciso distinguir o urgente do importante: Há estudos que dizem que 80% do tempo de atuação de técnicos e administradores é dedicado à resolução de tarefas que poderiam ser resolvidas com melhorias, automações, etc. Por este motivo, pode-se investir tempo em melhorias para eliminar esses custos de tempo e operação, a fim de ajudar a otimizar recursos e poder dedicar esses recursos ao planeamento, implementação e manutenção de planos de melhoria e planos de DR.

 

Conclusões

Como vimos neste artigo em que analisámos porque é que o Disaster Recovery é tão complexo, há várias crenças falsas à volta dos planos de DR ou recuperação de desastres que podem e devem ser desmistificadas.

Com uma melhor organização dos recursos existentes é possível melhorar a infraestrutura, torná-la mais resiliente e permitir a sua sobrevivência sem grandes impactos no serviço.

Isto exigirá sempre, acima de tudo, a colaboração e o compromisso da direção da empresa. Implica também a melhoria contínua dos serviços e do pessoal técnico, através de formação e recursos de tempo para implementar o plano ou planos de DR.

Se quiser saber mais sobre estes temas, recomendamos que leia os seguintes artigos:

Agradecemos a sua companhia!

Categorias:Cloud e sistemas

Outros artigos que podem interessar-lhe

11 de Setembro de 2024
Ao longo das próximas linhas, vamos fazer uma breve análise do Windows Server 2025, onde nos concentraremos nas novidades,
3 de Julho de 2024
O Disaster Recovery da Jotelulu é uma solução desenvolvida a pensar nas PME. Que argumentos deve a empresa de
2 de Julho de 2024
Acompanhe-nos neste artigo se quiser conhecer as principais chaves para entender um plano de Disaster Recovery com a JOTELULU.